segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sobre amor e baratas

Se você arrancar a perna de uma barata, outra nascerá linda e peluda no lugar desta. Se você der uma chinelada numa barata, é bem provável que ela se recupere (e bem!) dentro do teu cesto de lixo. E mesmo que você se certifique de que ela está "mortinha da silva", devidamente esmagada - até sair aquela gosminha branca, sabe? - ela ainda deixará centenas de descendentes bigodudos prontos para sair do seu abdômen estraçalhado, afinal uma barata está quase que constantemente grávida. Se você arrancar a cabeça de uma barata, ela não morrerá imediatamente; morrerá semanas depois, apenas por falta de um orifício por onde enfiar a comida.

Uma barata enxerga até 10 vezes melhor que um humano, mesmo no escuro. Consegue perceber o teu leve movimento com o chinelo - na esperança de esmagá-la de surpresa - e interpretar a tua exata localização. Uma barata consegue se embrenhar em frestas com até 1/3 da sua espessura, tornando impossível a tua tarefa de tirá-la de lá. Baratas conseguem sobreviver até mesmo a acidentes nucleares, veja só! Os dinossauros foram extintos, senhor, mas não tem meteoro que possa com o poder de uma barata!

Notou alguma semelhança, leitor? Isto é o amor: uma barata - bigoduda e gosmenta. Amor. Barata. Barato. Amor barato de barata.

2 comentários:

  1. Gente do céu, que texto maravilhoso!
    Havia um bom tempo que um texto não me marcava tanto ao lê-lo quanto esse.

    Meus parabéns, Mariana
    Beijos

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  2. Eis a minha prova de que baratas não morrem..eis também o meu álibi para sair correndo e gritando socorro...ótimo texto.

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