segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ponto final a um desconhecido

É, eu estou apaixonada. Mas ele também está apaixonado, ora pois. A diferença é que não é por mim. Como que isso foi acontecer? Putz, sei lá, deve ter sido algum tipo de radiação vinda de uma tempestade solar. Sim, porque eu já tinha planejado me apaixonar por outra pessoa, saca? Já tava tudo pronto, os poeminhas bestas, as lágrimas às duas da manhã, as músicas legais, essas coisas bestas que a gente faz sem saber porque. Só que aí aparece você e estraga todos os meus planos, apenas pelo prazer de me mostrar que não se planeja essas coisas.

O mais interessante é que eu nem te conheço, cara! Quero dizer, fora algumas referência musicais, literárias, e comunidades em comum em redes sociais, eu não sei nada sobre ti. Avião voando em ponto morto. É, eu sei que isso não faz o menor sentido, e descubro isso lendo o texto daquele cara, lembrando que eu também já implorei "Platônico não, por favor". Engraçado, tu tem cheiro de tudo o que eu sempre quis. Só que chegando 10 anos antes de mim.

Gosto de te comparar à primeira vez que li Aluísio de Azevedo. Acostumada com as ruas do Bexiga e do Brás, das histórias do Marcos Rey, nem sei explicar a sensação de ouvir falar da Rua de Santana, da Rua Grande, das casas à margem do Bacanga. Coisas que são palpáveis pra mim, lugares onde eu poderia andar e lembrar dos personagens, imaginar Raimundo passeando por aquelas pedras de cantaria. Meu. Contigo foi a mesma coisa. Um alguém palpável, um alguém familiar ainda que semi-desconhecido.

É o que parece ser mais emocionante. A vontade de te descobrir, o risco de te encontrar pelas ruas de São Luís, tudo isso rima com aventura e prazer. Se eu soubesse cantar, cantaria pra ti; se eu soubesse escrever poemas, escreveria um poema pra ti; mas eu só sei escrever histórias e é por isso que eu já imaginei mil e uma histórias da gente junto, desde as felizes até as tristes. Quando você me conhecer, talvez me ache louca por, antes mesmo de começar, imaginar o começo, o meio e o fim de tudo. Opa, quem sabe eu nem seja tão louca, afinal o Paulinho acabou de me lembrar que começar colocando um ponto final é um sinal de que tudo na vida tem fim.

Eu não espero o "pra sempre", mesmo sem nem ainda ter começado. Mesmo sem nem ter te conhecido, mesmo tendo a certeza que isso nunca vai nem começar. Vou me jogar onde já caí. Tudo novo de velho, isso sim! E veja só, isso tudo porque eu nem te conheço.

Um comentário:

  1. Acho que temos muito mais em comum do que morar em São Luís.
    A-mei o post e o blog!

    beijos e abraços,
    mari.

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